A conectividade digital da América Latina está se expandindo em um ritmo vertiginoso, possibilitando uma nova era de cloud, IA e computação de ponta. À medida que os investimentos em fibra óptica e 5G se aceleram, a região está pronta para uma transformação digital total até 2026. Do México ao Brasil, o acesso de alta velocidade está abrindo portas para a inovação e o crescimento econômico em uma escala sem precedentes.
O boom da infraestrutura: um mercado de US$ 118 bilhões
O mercado de TI empresarial na América Latina está em uma trajetória de crescimento acentuado. Os gastos regionais devem subir de US$ 93 bilhões em 2025 para quase US$ 118 bilhões em 2027. Esse aumento é impulsionado por empresas de telecomunicações e cloud que estão investindo recursos em data centers para atender a uma demanda massiva por conectividade.
Até 2030, a região poderá atrair mais de US$ 100 bilhões em investimentos em infraestrutura digital, à medida que os hiperescaladores globais ampliam sua capacidade. Centros importantes como Brasil, Chile, Colômbia e México já estão emergindo como mercados “prontos para a IA”.
Modernizando para uma realidade de “IA em todos os lugares”
A Inteligência Artificial é o principal motor por trás dessa corrida pela infraestrutura. Até 2026, 70% das organizações na região utilizarão IA composta — uma mistura de IA generativa, análise preditiva e agentes inteligentes.
Essa mudança está forçando uma modernização massiva da pilha de TI. Até 2027, estima-se que 80% das organizações terão reinventado seus ambientes cloud locais especificamente para lidar com cargas de trabalho de IA. Os data centers tradicionais estão sendo adaptados com servidores GPU e armazenamento de alto desempenho para suportar o processamento paralelo massivo necessário para o aprendizado de máquina.
A ascensão da “economia de agentes”
É difícil exagerar a magnitude dessa mudança. As empresas globais esperam um aumento de 10 vezes nos agentes impulsionados por IA e um aumento impressionante de 1.000 vezes no volume de chamadas de API de modelos de IA até 2027. Como cada milissegundo é importante para um agente autônomo ou assistente digital, a infraestrutura deve oferecer suporte a latência ultrabaixa e alto rendimento em escala.
O imperativo da borda: levando poder ao usuário
Para atender a essas demandas de baixa latência, as empresas estão transferindo o poder de computação das nuvens centrais distantes para a “borda”. Até o final da década, metade de todas as cargas de trabalho de inferência de IA empresarial poderá ser executada em terminais ou nós de borda.
- Velocidade: Executar a IA em um nó de borda local em São Paulo ou Bogotá — em vez de em uma cloud a milhares de quilômetros de distância — reduz drasticamente os atrasos.
- Capacidade: loops de fibra de alta capacidade e novos cabos submarinos, como o Firmina e o cabo Humboldt do Google, estão aumentando a largura de banda internacional necessária para esses fluxos globais de dados.
- Escala: Provedores como a EdgeUno agora operam mais de 50 pontos de presença em toda a América Latina, permitindo que as cargas de trabalho sejam colocadas exatamente onde oferecem o melhor desempenho.
Até 2026, a convergência da IA e da tecnologia Edge será visível no dia a dia em vários setores:
- Finanças: Os bancos estão usando redes de baixa latência para pagamentos em tempo real. Uma transação com cartão de crédito em Bogotá pode ser analisada por um modelo de IA na borda e verificada em milissegundos.
- Saúde: Especialistas em grandes cidades podem realizar consultas em alta definição com pacientes em cidades remotas da Amazônia graças à expansão da banda larga e ao armazenamento em cache de ponta.
- Fabricação: Fábricas em Monterrey ou São Paulo utilizam milhares de sensores IoT para transmitir dados para plataformas de ponta no local, detectando anomalias de produção em tempo real.
- Telecomunicações: As empresas de telecomunicações estão lançando redes 5G autônomas e adotando IA de “rede autônoma” para otimizar o tráfego e prever interrupções.
Segurança e confiança na Cloud
À medida que os volumes de dados crescem, também cresce a necessidade de colaboração em matéria de dados. Até 2028, 60% das empresas participarão em trocas seguras de dados ou “clean rooms” para aproveitar de forma colaborativa os dados para formação em IA ou deteção de fraudes. Isto requer uma infraestrutura que não seja apenas rápida, mas também fiável, enfatizando a soberania dos dados, a encriptação e a conformidade com as leis locais em constante evolução.
Do potencial à realidade
O ano de 2026 será um marco para a América Latina. As organizações que conseguirem integrar conectividade, tecnologia de ponta e inteligência artificial em uma plataforma coesa poderão obter margens operacionais 15% maiores até 2029. Com a base digital agora se consolidando, a região não está mais apenas participando da Quarta Revolução Industrial, mas ajudando a liderá-la.